Cartografia é um conjunto de operações
científicas, artísticas e técnicas produzidas a partir de resultados de
observações diretas ou de explorações de documentação, tendo em vista a
elaboração de cartas, plantas e outros tipos de apresentação e também a sua
utilização.
Conceito Moderno de Cartografia
Organização, apresentação, comunicação
e utilização da geoinformação nas formas visual, digital ou táctil, que inclui
todos os processos de preparação de dados, no emprego e estudo de todo e
qualquer tipo de mapa.
Segundo a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT)
Cartografia é a arte de levantamento,
construção e edição de mapas e cartas de qualquer natureza.
Segundo o Dicionário Cartográfico (de
Oliveira, Cêurio - IBGE)
Cartografia (Hist.) 1. Vocábulo criado
pelo historiador português Visconde de Santarém, em carta de 8 de dezembro de
1839, escrita em Paris, e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de
Varnhagen. Antes da divulgação e consagração do termo, o vocábulo usado
tradicionalmente era cosmografia. 2. Conjunto de estudos e operações
científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações
diretas ou de análise de documentação, visando à elaboração e preparação de
cartas, projetos e outras formas de expressão, bem como a sua utilização (ACI).
Conceito Moderno de Mapa
Apresentação ou abstração da realidade
geográfica, ferramenta para apresentação da informação geográfica nas
modalidades visual, digital e tátil.
A Cartografia no Brasil
A Cartografia, no Brasil, teve seu
desenvolvimento a partir da Segunda Guerra Mundial em função dos interesses
militares. Instituições como os atuais Instituto Cartográfico da Aeronáutica
(ICA), Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG) e Diretoria de
Hidrografia e Navegação (DHN), foram as principais responsáveis pela execução
da Cartografia Sistemática do País, objetivando mapear todo o território
nacional, em escalas de 1:50.000 a 1:250.000.
Considerações sobre a Coordenação do Sistema Cartográfico Nacional
Considerações sobre o Sistema, Política e Plano Cartográfico Nacional
Considerações sobre a Coordenação do Sistema Cartográfico Nacional
Considerações sobre o Sistema, Política e Plano Cartográfico Nacional
Ao IBGE coube a formulação e a execução
do conjunto de ações para uma política territorial, cujo objetivo estava
centrado na revisão da administração territorial a partir de procedimentos
técnicos e científicos. O IBGE teve a sua atuação voltada para o levantamento e
sistematização das informações do quadro territorial, de modo a atender a
administração pública em todas as suas dimensões.
O panorama hoje se mostra distinto. A
desativação da Comissão de Cartografia ao início dos anos 90 insere-se no
movimento maior de reforma do Estado, em que se preconiza a eliminação das
estruturas vinculadas ao planejamento centralizado, que dominou a administração
pública a partir dos anos 30 – 40.
Para todos os efeitos, o Sistema
Cartográfico Nacional será entendido como o conjunto das "entidades
nacionais, públicas e privadas, que tenham por atribuição principal executar
trabalhos cartográficos ou atividades correlatas".
O Plano Cartográfico Nacional é
composto pelos Planos Cartográficos Terrestre Básico, Náutico e Aeronáutico. O
Plano Cartográfico Terrestre Básico contém o Geodésico e abrange as escalas
vinculadas a abordagem sistemática do território nacional:
Séries de: 1:1.000.000, 1:500.000,
1:250.000, 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000.
Em termos da representação básica, de
uso geral, o Plano é suficientemente explícito, contudo se mostra deficiente em
regular a apresentação temática, que vem ganhando importância crescente com a
racionalização das preocupações para com o ambiente natural e os processos de
organização social comprometedores da qualidade de vida. A omissão também é
observada com relação às escalas grandes, também ditas cadastrais, onde se
mostra crescente a demanda e se observa a necessidade de normalização.
Um conjunto de seminários relativos a
Política Cartográfica Nacional realizado por um grupo de trabalho do IBGE, em
1991, apresentou uma proposta para discussão sobre o Plano Cartográfico
Nacional que deveria conter necessariamente os seguintes programas:
– Programas de Cartografia (Terrestre
Básica, Temática, Náutica, Aeronáutica, Militar, Cadastral);
– Programa Geodésico;
– Programa de Sensoriamento Remoto para
a Cartografia.
Aplicações e Tendências Futuras
A Cartografia, cuja função essencial é
representar a realidade através de informações espaciais de uma forma
organizada e padronizada incluindo acuracidade, precisão, recursos matemáticos
de projeções cartográficas, datum para a determinação de coordenadas e ainda
recursos gráficos de símbolos e textos, têm tido suas aplicações estendidas à
todas as atividades que de alguma forma necessitem conhecer parte da superfície
terrestre. Assim, o mapa será sempre necessário, por exemplo, nos projetos de
engenharia (Construções de Estradas, Usinas, Cidades, Parques) e no
planejamento e monitoramento regional do meio ambiente (Recursos Naturais,
Agricultura, Florestas, Hidrografia, etc.
Atualmente, os conhecimentos de
cartografia, necessários à tecnologia SIG, desfrutam de um grande
desenvolvimento na habilidade de se construir mapas digitais que efetivamente
comuniquem as idéias e questões geográficas de um mapa analógico. Para isto,
softwares apropriados são desenvolvidos e objetivam ainda, viabilizar a
utilização de produtos resultantes das novas tecnologias de captação e
processamento da informação espacial, como é o caso das imagens de satélites,
dos dados obtidos por levantamentos com GPS e das imagens retificadas de
fotografias aéreas, ou seja, as ortofotos digitais. Graças às novas
possibilidades oferecidas por estes produtos digitais, pode-se constatar
significativas renovações aos métodos cartográficos conforme mostram os
comentários a seguir:
a) Utilização de Imagens de Satélite
A tomada de imagens a partir de
plataformas espaciais, com sensores montados a bordo de satélites artificiais,
capazes de gravitar no entorno da Terra, tem gerado expectativas e experiências
capazes de provocar novas revoluções no processo cartográfico. Embora as
expectativas ainda não tenham sido atendidas (o que justifica-se no fato dos
satélites artificiais de observação terrestre não terem sido projetados para
aplicações cartográficas), os cartógrafos vêm se utilizando das imagens
decorrentes das aplicações dos sistemas de sensores LANDSAT e SPOT. As imagens
utilizadas para o desenvolvimento de técnicas de monitoramento de ações sobre a
superfície terrestre, atualização cartográfica, produção de fotomapas e, no
caso do SPOT, compilação estereofotogramétrica em mapeamentos topográficos em
escalas pequenas.
b) Utilização de GPS
A tecnologia GPS começa a concretizar o
sonho dos cartógrafos de se libertarem das injunções dos levantamentos
terrestres, através de sistemas de mapeamento que, a partir de fotos aéreas,
dispensam os custosos e demorados levantamentos de campo. A integração dos
posicionadores GPS com as câmaras fotogramétricas em plataformas inerciais
permite a determinação da posição do centro ótico da câmara, no instante de
tomada da imagem, através da obtenção das coordenadas X, Y, Z e das atitudes da
mesma, com precisão suficiente para satisfazer às especificações para todos os
tipos de mapas em escalas médias e grandes.
c) Utilização de Ortofotos Digitais
A utilização de ortofotos pode ser
valorosa em muitos aspectos da cartografia.Os mapas digitais estarão, nos
próximos anos, substituindo rapidamente os mapas convencionais em papel
(analógicos), utilizados por séculos. A evolução dos sistemas digitais de
registro iconográfico, em substituição aos analógicos em base de filme, começa
a apontar, em futuro próximo, à processos de compilação cartográfica que
poderão se desenvolver inteiramente em ambiente computacional, eliminando as
custosas instalações de laboratórios fotográficos. Se faz oportuno ressaltar
que estas inovações revelam a necessidade de se rever a base conceitual dos
processos de produção cartográfica.
Referências Bibliográficas
- Oliveira, Cêurio de, Curso de
Cartografia Moderna/Cêurio de Oliveira, 2 ed., Rio de Janeiro, IBGE, 1993
- Brandalize, A, Notas de aulas do
curso Introdução ao Geoprocessamento, Módulo de Cartografia, Sagres Editora
Ltda.;
- Mello, M.P, A comissão Nacional de
Cartografia, CONCAR;
- Tavares, M.M. et. al, Atualização Cartográfica com o uso de Ortofotos Digitais, UFPR;
- Tavares, M.M. et. al, Atualização Cartográfica com o uso de Ortofotos Digitais, UFPR;
- Olivas, M., Geração De Carta
Imagem Com Extração Direta De Informações Vetoriais, UFPR;
- Marini, M.C. & Silva, Integração
Topografia/GPS/Restituição Aerofotogramétrica, E.F.