Gestão, Currículo e Cultura - Projeto Pedagógico

Conhecer o que se deseja ou se necessita, tornar sua realização possível e, de fato, ter vontade de que se concretize. Se apresentarmos o ideal como algo desejado e necessário e que ainda não existe. Para isso é preciso acrescentar que é necessário e que ele seja possível e o que ainda não é, pode vir a ser.

Quando organizarmos os projetos de nossas escolas, planejamos o trabalho que temos intenção de realizar, lançamo-nos para diante, olhamos para frente. Projetar-se é relacionar-se com o futuro, é começar a fazê-lo. E só há um momento de fazer o futuro, no presente.

Assim, o possível não se encontra pronto, ele pode estar presente imediatamente na situação, mas também é construído a partir dela. Sejamos realistas e vamos construir o possível, o que significa explorar os limites, no sentido de reduzi-los às alternativas de ação, para depois ampliá-las.

Para elaborar um projeto é necessário, então, considerar criticamente os limites e possibilidades do contexto escolar, definindo os princípios norteadores da ação, determinando o que queremos conseguir, estabelecendo caminhos e etapas para o trabalho, designando tarefas para cada um dos sujeitos envolvidos e avaliando o processo e os resultados.

Os gestores devem ser os articuladores dos projetos. Isto não significa que não o fazem isolados ou por uma determinação pessoal, mas que devem estar mesmo procurando ligar ações, coordenar atividades, promover relações, no sentido de compor a teia curricular das unidades escolares.

Vivemos a época da "cultura de projeto" em nossa sociedade, onde as condutas de antecipação para prever e explorar o futuro faz parte de nosso presente. Essa influência do futuro sobre nossas adaptações cotidianas só faz sentido se o domínio que tentamos desenvolver sobre os diferentes espaços cumpre a função de melhorar as condições de vida do ser humano.

O projeto pedagógico deve representar a ligação entre presente e futuro onde a escola não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa.

O projeto pedagógico não deve ser somente uma carta de intenções, nem apenas uma exigência de ordem administrativa, mas sim "expressar” a reflexão e o trabalho realizado em conjunto por todos os segmentos da escola, no sentido de atender às necessidades locais e específicas da clientela da escola, muito mais que às diretrizes do sistema nacional de Educação. Não pode ser somente um documento que trata das diretrizes pedagógicas da instituição educativa, mas um produto específico que reflita a realidade da escola situada em um contexto mais amplo que a influência e que pode ser por ela influenciado.

Um projeto pedagógico de qualidade deve nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem; ser exeqüível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação; ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola; e ser construído continuamente, pois com produto, é também processo.

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