MEC investe em educação integral e abre as portas das escolas públicas

Programas Mais Educação e Escola Aberta renovam modelo educacional

 
Mais Educação (Foto: João Bittar)
Em horário integral, o Mais Educação propõe aos alunos atividades extracurriculares (Foto: João Bittar)

Manter o aluno em tempo integral no local de ensino, estimulando a prática de esportes e de atividades culturais; abrir as portas da escola para a comunidade durante os finais de semana, com programações educativas e de lazer; bem como contribuir para uma melhor formação inicial e continuada dos professores. Ações para a melhoria do ensino público não faltam e cabe à Secretaria de Educação Básica do MEC coordenar uma extensa lista de programas para elevar a qualidade da educação no país, considerado o calcanhar de Aquiles de vários governos. A meta é clara: atingir, até 2022, grau 6,0 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), valor equivalente ao de países desenvolvidos.
Maria (Foto: Julio Cesar)
 
Maria do Pilar, secretária Nacional de Educação
Básica do MEC (Foto: Julio Cesar)
Para isso, algumas iniciativas vêm sendo adotadas, principalmente nas unidades de ensino que apresentam Ideb mais baixo, como o Mais Educação e o Escola Aberta, que otimizam o espaço da escola, integrando mais aluno e comunidade. No caso do Mais Educação, o programa amplia a carga horária dos estudantes do ensino básico, que passam a ficar em tempo integral na escola, abrangendo também a utilização de alguns espaços do seu entorno, como quadras esportivas e centros comunitários. O aluno realiza atividades extracurriculares que vão desde aulas de língua estrangeiras à prática de esporte, incluindo oficinas de dança e artes plásticas. “É um projeto ousado de ampliação da escola. O aluno tem aula de manhã, almoça na escola e à tarde pode ficar na biblioteca estudando, ou ter aulas de reforço no centro comunitário”, explica Maria do Pilar, secretária Nacional de Educação Básica do Ministério da Educação.

Segundo dados do MEC, desde a criação do programa, em 2008, o número de estudantes atendidos passou de 386 mil para 2,2 milhões em 2010. Em 2011, o número de escolas adeptas do Mais Educação chegou a mais de 15 mil, permitindo que aproximadamente três milhões de alunos da rede pública pudessem estudar em educação integral, sendo a estimativa de recursos aplicados pelo governo de R$ 574 milhões. “Há hoje a necessidade de garantir mais tempo na escola, renovar o currículo e garantir maior aprendizagem. Tivemos em Belo Horizonte uma experiência muito boa com o programa, pois criamos maior identidade dos alunos com o bairro. O projeto é uma ação contemporânea, já que respeita a necessidade dos jovens de circulação, de experimentação”, destaca a secretária.
Escola Aberta (Foto: João Bittar)
 
O Escola Aberta incentiva os alunos a utilizar o espaço da escola nos fins de semana (Foto: João Bittar)

Outra ação que vem aproximando a instituição de ensino da comunidade é o Escola Aberta, que beneficia atualmente mais de 2000 colégios. Criado em 2000 como um projeto da Unesco, batizado na época de Abrindo Espaços, o programa tornou-se, em 2004, uma política pública do MEC. A iniciativa incentiva a abertura, durante os finais de semana, de escolas públicas de educação básica, fortalecendo a convivência comunitária com atividades educativas e de lazer. “O projeto estende a atuação da escola, possibilitando que a comunidade se aproprie de um bem público, pois o colégio passa a ser um território amigável. Entretanto, para o programa dar certo, o diretor tem que conhecer a comunidade atendida pela escola, decidindo as atividades em conjunto, e o professor atuar como articulador junto às lideranças comunitárias para a utilização correta do espaço”, lembra Maria.

Além desses programas, a Secretaria de Educação Básica do MEC promove ações voltadas para o professor, como a criação, em 2004, da
Rede Nacional de Formação Continuada de Professores. “Nosso desafio é valorizar a carreira do magistério, buscando os melhores alunos das universidades. Isso só acontecerá se tornarmos a profissão atraente. É preciso garantir à categoria boas condições de trabalho e um piso salarial melhor, com investimento nas formações inicial e continuada. Um bom exemplo disso é a Plataforma Freire (sistema informatizado do MEC que auxilia o professor na busca por especialização)“, conclui.
 

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